Em 2019 criei uma espécie de mantra pra me ajudar a administrar a rotina mundana do modo menos desgastante possível:
"Foco nas alturas!”
Ou seja, foco no que está acima das aflições humanas e nos objetivos que transcendem os limites da tão chata normalidade. Foco naquilo que é palpável e não demonstra a fraqueza que, por qualquer adversidade boba, periga me magoar. Afinal, enquanto presto atenção nas pessoas e coisas superiores a realidade rasa, não perco tempo depositando minhas energias num “buraco negro”, saca?
Durante uns meses foi uma solução quase que orgástica. A técnica funcionava dahora e frequente. Eu tinha tudo o que precisava ancorado nos mares dos meus pensamentos. Era uma fase abençoada, porque me iludia com ninguém.
Manja as lorotas que nos contam a fim de nos ludibriar? Cagava barris me merda azeda pra todas elas. Sempre estive cercado de gente, porém sempre me senti sozinho... Largado... Contudo, em momentos como esses, quando recitava o mantra “foco nas alturas”, me sentia muito bem acompanhado pelo Plano Divino.
O elo telepático com minha família espiritual era restaurado e, ainda que nunca tenhamos nos encontrado nessa encarnação, conseguíamos nos comunicar e nos ajudar. Enfim, até hoje uso essa técnica em meu próprio benefício. Mas confesso que preciso demais, demais, demais de uma atualização do mecanismo.
Tive o coração bastante ferido nos últimos anos. Fraquejei e pisei na bola comigo mesmo. Repeti velhos erros, os quais já tinha superado, e permiti que me fizessem de otário. Traí meus instintos e me expus sem necessidade. Em contrapartida, claro, a filhadaputagi é a característica mãe da galerinha inescrupulosa que eu lidava.
Concluindo a reflexão... Estou à deriva no mar da vida e buscando um porto seguro pra ancorar. Depois dos 30, pros lunáticos, tudo se torna mais complicado, quando você é poesia, vive em rimas, mas não é grafia registrada em livro algum e nem cântico ressoado nos lábios dos românticos.
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Reflexão e foto por Dan DellaMorta
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