De novo a escuridão se espalha pelas paredes, mesmo que os esforços de Manoela sejam pra pincelar os cantos do seu quarto com cores luminosas. Ela é atormentada há anos pelas suas memórias... Pelo efeito colateral da sua história até aqui.
Recordações voam nos pensamentos da moça ininterrupta e involuntariamente – As boas quase nunca aparecem... Já as ruins...Pele clara e mãos delicadas de pianista. Cabelo longo e preto. Joias prateadas sintonizadas as Estrelas e transmissoras do frescor noturno. Manoela é a representação pura da donzela barroca aguardando dentro do seu castelo o resgate urgente, mas singelo.
Vozes (quase sussurros gritantes) revelam conversas perversas que não são escutadas por nenhum humano, somente por Manoela. Infelizmente o vaso de cristal, relíquia da vovó Luiza Ferraro, é lançado contra a parede e se espatifa em milhares de cacos.
– Efeito colateral do stress! Efeito colateral do stress! Efeito colateral do stress! – Ela repete seguido de gritos, crises de choro... Mais gritos... E mais crises de choro...
A “Princesinha”, como o avô da garota aflita a chamava durante os belos momentos de outrora, se lamenta e repudia o acúmulo excessivo do lixo emocional alheio no seu coração.
Então seus olhos castanho-escuros liberam uma única lágrima, enquanto Manu debruça na janela admirando a Lua no Esplendor Cósmico. A lágrima brilhou como mil cristais e, antes de se chocar contra o chão, uma Fada surgiu através das Luzes Lunares e salvou a gota.
– Um desejo, minha querida... Um desejo desesperado essa lágrima irá realizar! – A Fada cantava no ritmo da caixinha de música na penteadeira. Moonlight Sonata, Beethoven.
A “Princesinha”, sem sequer pensar, ergue-se perante sua visitante e responde:
– Fada da Lua, por favor, eu te suplico! Traga-me de volta aquilo que há muito me foi tirado... Traga-me de volta minha vida e afaste a culpa do outro da minha mente!
Feito. Desejo concedido.
Manoela, cercada pela luz branca e aconchegante vinda da aura do Ser Encantado, teve a tristeza transmutada em alegria e entusiasmo. Essa foi a noite que a “Princesinha” do vovô “Tavo” recobrou sua paz de espírito e a disseminou no seu lar pra todos ali presentes... Reorganizando e reafirmando seu papel.
A Fada da Lua, agora sua Fada Madrinha, se tornara amiga íntima de Manoela, sempre a auxiliando e a instruindo nas horas de angústia.
Muitas perguntas ainda existem, porém isso pouco importa. A alma da mocinha tá tranquila, porque ela tem sua vida de volta... Tudo pertence a Manu novamente como deve ser e será.
A noite era de dor, contudo Manoela – Aquela linda barroca donzela – recebeu um poderoso presente: A liberdade.
A simpática Fada da Madrinha dança e canta nas noites de Lua Cheia, irradiada pelas Luzes Lunares que se tornam holofotes do seu espetáculo.
A Fada da Lua enxerga qualquer agonia e se prontifica a acudir pessoas como Manoela.
A você, SER que busca a LIBERTAÇÃO dos seus medos e fardos:
A lágrima é salgada, pois contém dentro de si o tempero do amor. E, quando enfrentamos situações difíceis, a lágrima é o ingrediente capaz de enfeitar o mundo pro seu enobrecimento.
A lágrima é o convite pra superação e pra benção da MAGIA nos visitarem.
A lágrima, somente se for sincera, é a chave que abre o calabouço.
Ao chorar, limpamos os tímpanos da alma e ouvimos a voz do DIVINO.
Chore. Entretanto chore emocionado e feliz, porque você descobrirá uma nova realidade repleta de FANTÁSTICAS OPORTUNIDADES.
AllaKhazam!
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Texto, desenho e foto por Dan DellaMorta
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