Não existe nada mais desanimador do que ser você pela metade perto de alguém.
É horrível dosar-se, porque uma parte das pessoas não é digna de embriagar-se de ti, e a outra não compreenderia sequer 1% do que você fala e é, causando ruídos irritantes de comunicação, às vezes até nocivos ao seu bem-estar.
Ninguém gosta de problemas e conseguir evitá-los é uma virtude das mais raras, na minha opinião. Porém a coisa fica feia quando você nota que o que mais faz é evitar transtornos, ou seja, dosar-se.
Não há quem embriague-se de ti, pois não há quem tenha a capacidade de apreciar-te, e vice-versa.
Questões qualitativas, de melhor ou pior, não existem nesse contexto, aliás, nem me refiro a isso. O que f0de é a ausência de gente na sua sintonia no dia a dia, capisci?
Você procura se reconhecer em alguém. Você busca por isso incansavelmente.
Vai além de uma mera vontade, de um desejo passional. É algo que é sentido lá dentro, impossível de ser ignorado, porque em silêncio faz um barulho estridente.
E nessa estrada você segue sempre solitário, ocasionalmente se iludindo, imaginando coisas, pisando em ovos, caindo em armadilhas, se magoando, se frustrando... Vítima da sua própria carência.
Esgota a alma viver tão exilado.
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Texto e foto por Dan DellaMorta
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