Durante toda a minha vida, quando eu recebia o chamado pra fazer algo, eu fazia.
Ou seja, quando o pão fica pronto no forno e o meu cronômetro apita avisando, vou lá e tiro. Não deixo queimar. Mas só tiro quando o despertador toca, porque se tirar antes, sai branco.
Então é assim: o pão está lá no forno, porém acabei de colocá-lo.
Enquanto o processo de assamento ocorre, sento na mesa da cozinha e convido um colega pra trocar uma ideia e me distrair pro tempo passar.
Deixei o cronômetro ajustado e ele vai despertar na hora marcada. Só que a pessoa com quem converso, ao invés também de se distrair comigo, me perturba sem folga:
"Não esquece o pão no forno! Fica de olho! Oh, vai lá ver o pão! Você vai deixar queimar e perder tudo!"
Meus olhos já estão vidrados no relógio desde o início e a minha mente ciente de que, ao soar do “RING RING”, tenho que tirar a assadeira do fogo.
Entretanto, aquele papo que era pra ser leve e divertido, apenas pra esperar o término da receita (que não mais depende de mim e sim da natureza), se torna um tormento, interferindo no trabalho e atrapalhando o meu raciocínio.
É capaz disso ainda me fazer perder o “timing” com tanta cobrança sem sentido. Afinal, de qual jeito pensarei sozinho?
Como vou raciocinar tomado pela ansiedade, pela inquietude... Incomodado com as preocupações entrando em erupção na cabeça?
Enfim, é aquela vibe de querer ensinar o peixe a nadar, manja? E na moral, me impor contra a invasão do meu precioso tempo e espaço não demonstra falta de humildade. Pelo contrário. Revela amor próprio e autopreservação.
Muitos têm o defeito de presumir que você nasceu pra cometer o mesmo erro deles.
Permitir que essa seleta galera determine como e por quê você vai agir é também aceitar que ela determine o seu enredo de vida ou até sua sentença.
Portanto, frisemos 2 lições:
1 – Não se sinta cobrado de uma conduta que você já exerce.
2 – Não tema um destino que não é seu.
O galo somente canta quando amanhece.
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Texto e foto por Dan DellaMorta
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