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Desde muito criança, quando comecei a viajar nas diversas dimensões de filmes e seriados televisivos, consigo receber orientações Cósmicas provenientes da sétima arte e, por consequência, estabelecer paralelos com as realidades terráqueas. Mas, atualmente, todo esse lance de ver e ouvir “nossas histórias contadas através de outras histórias” tem tomado proporções preocupantes.
A partir do momento que enredos como os de Exterminador do Futuro, Matrix, X-Men, Senhor dos Anéis e Harry Potter começam a ser repetidos fora do cinema, também existe um alerta que não pode ser desprezado.
A saga de Sarah Connor e seu filho John Connor contra as máquinas, e as crônicas da prisão virtual de Matrix (onde humanos são cultivados em safras e permanecem adormecidos, presos na ilusão de viver), nos advertem sobre os perigos do avanço desenfreado da Inteligência Artificial e suas consequências. Claro que as tecnologias necessitam evoluir pra melhorarem nossa qualidade de vida. Mas até onde o progresso é benéfico e quando passa a ser arriscado? Confesso que a ausência de uma discussão às claras e frequente sobre o tema me tira o sono.
Os arcos dos heróis mutantes da Marvel Comics, junto dos seus icônicos vilões, mestres em genética, Sr. Sinistro e Apocalypse, reforçam que o caos sanitário é recorrente e sempre há um autor. Novos vírus surgem e ninguém parece habilitado a traçar suas origens corretas... Naturais ou sintéticas. São muitos “por quês” pra escassas respostas convincentes. Afinal, além dos espetáculos midiáticos, qual trama é desenrolada atrás das cortinas desse teatro?
A Magia presente nas histórias de Harry Potter e Senhor dos Anéis instiga os seus espectadores a duvidarem mais, a terem maior reverência aos mistérios da vida e a não subestimarem o desconhecido. Por exemplo: personalidades maléficas de um passado não tão distante como Grigori Rasputin (1869-1916), conselheiro do Império Russo, se intitulava "santo" e "bruxo". Apesar de haver várias lendas entorno da sua biografia, a influência de Rasputin na família do Czar Nicolau II foi ferramenta decisiva pra queda do império e o advento da Revolução Russa de 1917.
Durante a Segunda Guerra Mundial o 3º Reich tinha como um dos seus principais líderes o general alemão Heinrich Himmler (1900-1945), um dos cabeças das piores atrocidades já vistas na história contemporânea da Terra. Himmler era assessorado pelo austríaco Karl Maria Wiligut (1866-1946), conhecido como Weisthor, sacerdote de uma ordem ocultista do começo do século XX. Wiligut era tido como “mago pessoal de Himmler” e orquestrava diversos rituais secretos, os quais visavam alcançar a pureza racial, entre outras barbaridades nazistas.
Enfim, é comum eu escutar as pessoas rebatendo argumentos como os citados, baseados em fatos, com frases tipo “isso é insanidade”, “está vendo muito filme”, “conspiração demais”, etc.
Contudo, a única observação que faço e refaço é que, lá atrás, essas mesmas sandices “nada a ver”, isto é, os enredos que a ficção trabalha hoje pro entretenimento, foram o bastante pra inspirar monstros a cometerem crimes indizíveis. Será que o cenário atual do mundo está tão distante disso tudo mesmo? Basta uma leitura varrida na sociedade pra enxergarmos uma resposta triste e irrefutável – religião e política credenciando ataques em massa e sofrimento no globo inteiro.
Os sinais estão sendo dados incessantemente, nas várias esferas do cotidiano e, cada vez mais, distantes de folclore e do âmbito das imaginações férteis. Seria maravilhoso e aliviador, se a humanidade conseguisse parar um pouco e se atentar às pontas soltas deixadas pelos representantes sociais agora... Seria ótimo... Enquanto muito ainda paira somente na atmosfera dos mitos, HQs, lendas, longas-metragens, séries...
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Texto por Dan M. DellaMorta